Pela 1ª vez, vagas para cursos superiores a distância superam as nos presenciais

Pela 1ª vez, vagas para cursos superiores a distância superam as nos presenciais

Conciliar o trabalho com os filhos, mais os afazeres pessoais e programas culturais. Todos esses compromissos, mais a responsabilidade de estudar, não é tarefa fácil. Mas graças aos cursos, graduações e pós-graduações na modalidade EAD (Ensino a Distância), essa barreira está deixando de existir.

Pela primeira vez, a oferta de vagas nos cursos de graduação na modalidade EAD é maior que a do ensino presencial. Os dados são do Censo da Educação Superior, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e pelo MEC (Ministério da Educação).

De acordo com o
levantamento, o número de inscritos nos cursos de graduação a distância está
crescendo significativamente nos últimos anos. Nos últimos dez anos, por
exemplo, o total de novos alunos dobrou – passando de 20% em 2008 para 40% em
2018. Nos últimos cinco anos, segundo o instituto, os ingressos nos cursos
presenciais diminuíram 13%.

Em 2018, 7,1 milhões de vagas foram oferecidas nos cursos de educação a distância e 6,3 milhões em cursos presenciais. O número de cursos EAD cresceu 50% em um ano, passando de 2,1 mil em 2017 para 3,1 mil no ano passado.

De acordo com o levantamento, no ano passado foram realizadas 1,3 milhão de matrículas em cursos EAD e 2 milhões de matrículas na modalidade presencial. O número de matrículas em cursos EAD pode ser menor, mas o aumento do número total de ingressantes entre 2017 e 2018 é ocasionado, exclusivamente, pela modalidade a distância, que teve uma variação positiva de 27,9% entre esses anos, enquanto nos cursos presenciais houve uma variação de -3,7%.

E também houve
uma novidade no levantamento de 2018: pela primeira vez na série histórica, o
número de alunos matriculados em licenciatura nos cursos a distância (50,2%)
superou o número de alunos matriculados nos cursos presenciais (49,8%).

A maior parte
desse número de inscrições, por sinal, é de mulheres. Segundo o levantamento, o
perfil típico dos alunos nos cursos de graduação são mulheres, que se
matriculam em cursos de licenciatura aos 24 anos e concluem o curso aos 30
anos.

E nos cursos tecnológicos, mais de 50% das matrículas são a distância. Esse percentual era 23,6% em 2008.

“O aumento da
participação do número de matrículas a distância no grau tecnológico se deve,
principalmente, ao crescimento das matrículas dessa modalidade nos últimos anos
que, entre 2008 e 2018, foi de mais de 345% em relação à variação positiva de
28,4% no número de matrículas de cursos presenciais no mesmo período”, afirma o
documento oficial.

E para quem se preocupa com a qualidade dos professores que ministram as aulas, nos cursos presenciais, 87,5% dos docentes possuem mestrado ou doutorado. Nos cursos EAD, esse percentual é de 90%.

Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a maior oferta de vagas no ensino a distância em relação ao presencial é uma “tendência nacional e mundial”. “Isso só tende a se consolidar”, afirmou o ministro na divulgação dos dados, em 19 de setembro.